27.12.13

Em três tempos

Esta noite sonhei com a cerimónia de posse de um novo governo! Estranhei que, entre os novos governantes, não houvesse qualquer político português... Eram todos funcionários europeus, altos, esgrouviados, cinquentões... Ainda fixei a vista, mas  nem uma cara conhecida. Perturbado, acordei...

Esta tarde, soube que, em Ancara, é mais difícil obter uma autorização de residência do que perder o emprego em Portugal. Há lá uma embaixada portuguesa que, de momento, nada pode fazer. Talvez à última hora escreva uma carta a explicar à autoridade policial local a situação do súbdito português. Por outro lado, parece haver uma solução para permanecer em solo turco: pagar uma multa de 6 euros diários. E para quem pensa que o inglês é uma língua universal, esqueça! O melhor é começar a aprender turco... lá tudo é turco e em turco... também há curdos turcos...

Agora que escrevo este apontamento, recordo que alguém me disse que há por aí muitos fura-vidas capazes das maiores tropelias para conseguir um minuto de glória. Quanto a mim, continuo encalhado na mesma linha em que me encontrava ontem.
Há, no entanto, uma pequena diferença! Tenho avançado na leitura de um estranho livro de Manuel Tavares Teles, Os Manuscritos de Gertrudes ... diário íntimo e cartas de amor de Gertrudes da Costa Lobo a Camilo Castelo Branco.
Interessante livro sobre o pedantismo, sobre a mulher e a literatura, sobre os preconceitos da sociedade portuense de meados do século XIX, sobre a capacidade de Camilo de fazer pastiche de qualquer registo escrito, sobre o  seu conservadorismo: «Quem é o parvo que esposar-se queira / com literata alambicada e chocha?»


   

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