A propósito do monólogo dedicado a Gaza, Sete Crianças Judias, de Caryl Churchill
Na guerra morre-se! Por vezes, sobrevive-se sem perceber como. Quem sobrevive também não sabe porquê.
Claro que há os que não podem morrer na guerra. Vivem longe ou, então, mandam na guerra.
Às crianças que vivem a guerra de nada serve explicar o que é a guerra nem a história da guerra. O melhor é mostrar a todas as crianças o mapa dos que vivem longe da guerra, o mapa dos palácios dos senhores da guerra...
O melhor é mostrar-lhes que há senhores da guerra que vivem na sua própria casa, na sua própria rua, na sua própria escola, na sua própria sinagoga, na sua própria mesquita, na sua própria igreja, na árvore mais frondosa do terreiro mais próximo... e talvez seja melhor mostrar-lhes que, entre as próprias crianças, também há senhores da guerra...
Bom seria que não fosse necessário ficar à espera que as crianças crescessem. Para quê colocar sobre os ombros das crianças a responsabilidade que é nossa, os que vivemos longe e os que mandam na guerra?
Bom seria que não fosse necessário ficar à espera que as crianças crescessem. Para quê colocar sobre os ombros das crianças a responsabilidade que é nossa, os que vivemos longe e os que mandam na guerra?
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