«Mesmo que, de repente, sobre o muro
Surja a sanhuda face
Dum guerreiro invasor, e breve deva
Em sangue ali cair
O jogador solene de xadrez,
O momento antes desse
(É ainda dado ao cálculo dum lance
Pra a efeito horas depois)
É ainda entregue ao jogo predilecto
Dos grandes indif'rentes.»
Fernando Pessoa / Ricardo Reis
Batem-se pela independência pessoal desde cedo mas, paradoxalmente, não dão qualquer importância à soberania coletiva.
O cânone literário - de Fernão Lopes a Camões, passando por Vieira, Garrett, Eça, Cesário, Pessoa, Sttau Monteiro, Saramago - retoma reiteradamente a questão da soberania nacional.
O resultado prático é uma farsa gigantesca, pois há muito que a competência de leitura se degradou e, sobretudo, o desinteresse pelo futuro coletivo se instalou.
Quando a Comissão Europeia trata Portugal como uma colónia, estou sem compreender qual é causa do comportamento da juventude portuguesa.
Por vezes, chego a pensar que Portugal mais não é do que uma invenção de meia dúzia de iluminados que nunca olharam à sua volta...
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