21.11.16

Nem sei como explicá-lo

Nem sei como explicá-lo, mas é como se o  tempo pudesse ser representado por uma casca espessa, cheia de nós cada vez mais difíceis de interpretar e, em simultâneo, por uma película tão fina que não suporta qualquer enraizamento...
Por mais que se insista que a árvore tem raízes milenares, que é necessário observar o seu crescimento e ramificação, a verdade, mesmo se provisória, é que a folha se move ao sabor da chuva e do vento, à mercê do frio e do calor.
Por um instante, a película parece ganhar consistência, mas rapidamente se perde na confusão dos dias.
Li, há uns minutos, um queixume sobre o ocaso dos amigos, e não pude deixar de pensar que a história de cada vida se assemelha ao curso da folha que já nem o rouxinol ousa travar.  

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