26.11.16

Tempo social

O conceito de 'tempo social' anda associado ao desenvolvimento industrial, à urbanização e ao surgimento de novas tecnologias... com início no século XIX.

Para mim, o tempo social é um pouco diferente. Vejo-o constituído por um conjunto de indicadores de uma ação externa que determina a atitude do indivíduo em qualquer idade, estando presente em todas as épocas e em todos os lugares, mesmo que o avanço civilizacional seja reduzido.
Nesta perspetiva, a ação de cada um de nós é condicionada por cronótopos distintos, em função do lugar, da idade e das instituições que nos enquadram.
Deste modo, a liberdade individual não passa de uma quimera, como bem sabem todos os rebeldes que um dia sonharam e quiseram incrementar uma qualquer forma de revolução. E por mais que nos custe, a indisciplina é, também ela, a prova de resistência ao tempo social, que, por vezes, deve ser pensado na sua pluralidade... Do sonhador Fidel de Castro nada tenho a dizer, embora ainda não tenha parado de pensar no comentador de 'política cubana' que, na RTP 1, afirmou que o americano Trump irá ajudar a "amortizar a morte de Fidel"...
AMORTIZAR A MORTE!

Enfim, em todos os atos que, hoje, executei, vejo com dificuldade que tenha iniciado algum que não fosse determinado pelo cronótopo em que me inscreveram - fazer compras, classificar testes,  ir à Cinemateca ver o filme de Raffaello Matarazzo, CATENE, estacionar num parque que me cobrou 5, 25€ por duas horas... até as lágrimas despoletadas pelo melodrama, sem esquecer este apontamento.

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