18.3.17

A rendição portuguesa

«Cerca de sete meses antes do fim da guerra, em 30 de Setembro de 1973, os efectivos militares em Angola contavam com 65 992 homens (...) Em 1961, eram 6500 militares...» Rui de Azevedo Teixeira, A Guerra de Angola 1961/1974, Quidnovi.

No século XVI, os padrões já não garantiam a presença portuguesa no mundo. E porquê? Por causa do deficit demográfico... Entretanto, foi-se gerando a ilusão do Império na metrópole, alimentada pelos novos métodos de colonização, assentes na ideia da superioridade moral do cristianismo europeu - uma colonização, no caso português, mitigada, porque, devido ao deficit demográfico, se viu forçada à miscigenação...
            e depois vieram as guerras de prova de ocupação, decorrentes da Conferência de Berlim, e, sobretudo, 'a guerra colonial' como prova de vida do Estado Novo...
Se no terreno, a guerra parecia poder continuar enquanto a Guerra Fria se mantivesse ativa, a verdade é que o esforço de guerra se tornara insuportável... de tal modo que a rendição portuguesa se precipitou.
Nos últimos anos, dilacerados por dentro, insistimos na nossa superioridade moral, por exemplo, em relação a Angola, incapazes de julgar a peste que tudo vem dizimando.

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