5.3.17

DESGASTE

Já transcrevi umas centenas de palavras, li também uns milhares, sem contar as que tive que escutar. No entanto, neste primeiro domingo da Quaresma, só uma me ocupa o pensamento: DESGASTE.
Não é que me tenha sido encomendado algum verbete, nem para tal haveria motivo, pois o significado é óbvio, pelo menos numa das aceções: [Figurado] Enfraquecimento; diminuição de força física; sensação de abatimento.

Na realidade, não é tanto a diminuição da força física que me preocupa... mas o desgaste que resulta da soma dos dias pardacentos em que os asnos desprezam os burros...
Talvez o discurso padeça de incoerência, mas não. A natureza dos asnos é diferente. Em tempos, era aristocrática, hoje, apenas burguesa. Quanto aos burros, esses sempre foram a besta de carga preferida da populaça...
Há dias, em que o desgaste me torna um burro intratável, daqueles que, no próximo cruzamento, me vão deitar ao chão... Só me falta escoicear!
Se a incoerência se acentua é porque a um burro, ninguém nega a teimosia. Quanto ao asno, mais avisado e discreto, nunca se sabe.

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