6.6.18

No dia em que fui de férias

Neste dia 6, terminei mais um ano letivo. A opinião pública dirá que entrei de férias, indiferente ao período de avaliações que amanhã se inicia e ao período de exames que se avizinha e cujo termo está marcado para 31 de julho…
De qualquer modo, as boas almas não se cansam de me desejar "boas férias" e perguntar se volto para o ano, quer dizer, se, depois das férias, não me aposento…
O ano letivo que agora termina foi cansativo - um novo programa e novos alunos em fase de conclusão de ciclo. 
A verdade  é que me é difícil persuadir os alunos (nem todos, felizmente!) que ainda há qualquer coisa que, todos, podemos aprender. A dificuldade é fruto do convencimento de que temos ideias sobre tudo e que as nossas ideias são tão válidas como as alheias, mesmo que todas juntas não tenham qualquer préstimo…
Conceber uma ideia, experimentá-la, avaliar a sua pertinência não faz qualquer sentido para quem se habituou a "achar" que as ideias são inatas, e como tal de nada serve procurar-lhes a raiz, seguir-lhes o desenvolvimento, situá-las  e confrontá-las... 
No dia em que vou de férias, lembro-me sempre do Bexiguinha (Aparição, V.F), pronto a testar a sua natureza divina, pois há sempre quem tenha a ideia de que, injustiçado, o melhor a fazer é proclamar a sua superioridade inteletual, o seu insuperável desdém...

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