2.10.18

O corpo da CARUMA

Informa a estatística que, desde abril de 2006, já aqui postei 3316 "posts", que são o corpo da CARUMA… Depois desta Caruma, muitas outras surgiram mais briosas e com maior proveito… 
De certo modo, esta CARUMA feneceu quando a mobilidade cedeu o passo ao sedentarismo. Por preguiça ou por saudosismo o blogue continua, permitindo apontamentos despretensiosos, pessoais ou alheios…
Hoje, aproveito para homenagear as Antigas e Novas Andanças do Demónio,  de Jorge de Sena: 

« à beira de água, as praias, de estreitas são apenas uma ligeira caruma do oceano - que as transporta misteriosamente escondidas na limpidez das ondas.»

Na mesma 'andança', assinala uma ideia que me permito trazer aqui, assegurada a devida distância:

«Talvez porque não eram meus, raras vezes, em pequeno, me demorei perante os grandes mapas murais da escola ou do liceu. Poucos desses mapas não falavam. Havia na minha escola, uma caixa vertical, de onde eles emergiam, ficando suspensos depois como de uma forca, e onde podiam mergulhar de novo, para que outros subissem, era um eterno retorno arbitrado pelo desenvolver-se do programa escolar.»

Na minha escola de outrora, não me lembro de nenhuma caixa vertical, mas a ideia da forca e do cadafalso não me é estranha, só que o enforcado era eu se me esquecesse dos afluentes dos rios e das serras, sem esquecer as linhas férreas com estações e apeadeiros… 
No caso do Jorge de Sena, talvez ainda esteja a tempo de verificar se no Liceu Camões há vestígios das caixas verticais… antes que as obras comecem. 
Que Belzebu não atrapalhe! 

Sem comentários:

Enviar um comentário