14.6.19

Um assunto anódino

Afinal, mesmo vazio, o cacifo mantém o odor. A quê? Não sei.
Na paragem de autocarro, hoje, havia outros cheiros que não me impediram de apanhar o 783 para o Prior Velho - destino dele, que o meu passou a ter uma componente pedestre, o que até faz bem, dizem, à saúde, mas agrava o estado das varizes… 
Até aqui o assunto é anódino e as hipóteses de o melhorar são escassas. 
De manhã, ainda pensara que a prioridade era Ler. Ler livros. Livros antigos que os atuais são fúteis, mentirosos e estéreis… Ler Homero, Platão, Sófocles, Horácio, Virgílio, Santo Agostinho… até chegar a Goethe… e ficar por aí até ter coragem para retomar a leitura dos antigos. Molière, Vicente, Shakespeare… e Camões, mas bem longe das salas de aula, isto é, bem longe do Paço, talvez nas margens do Tejo ou na serra da Arrábida… 
E depois, esqueci a prioridade e fiquei à espera que o Vara cumprisse o que prometera, que era não falar, mas falou sem saber se a prioridade era o ovo ou a galinha, o que me fez recordar que o Luandino Vieira um dia, no Tarrafal, também se esmifrou a tentar explicar se o ovo era da dona da franga ou da vizinha grávida proprietária do terreiro onde o traseiro largou o dito.

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