28.5.22

O mal absoluto

A publicação em livro d' Os últimos dias da Humanidade, de Karl Kraus, data de 1922. O texto original é constituído por 209 cenas em que Kraus 'encena' o teatro da guerra em todas as suas dimensões... a guerra como mal absoluto...

Na atual situação, para mim absurda, embora para os beligerantes seja a ultima ratio, decidi reler a obra... e sem mais delongas, passo a citar:

O OPTIMISTA: Mas então não é indiferente qual a arma que causa a morte? Até onde é que o senhor está ainda disposto a acompanhar o desenvolvimento técnico das armas?
O ETERNO DESCONTENTE: Até nenhum sítio, mas se tiver mesmo que ser, o máximo que vou é até à besta. É claro que, para uma humanidade que acha que o fundamental da vida é matarmo-nos uns aos outros, é indiferente a maneira como trata da questão, e a liquidação em massa é mais prática.

Relembro que estas cenas começaram a ser escritas em 1915...

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