Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
15.5.12
O rei de Argos
13.5.12
«O Crime de Aldeia Velha» pelo GTESC
Bernardo Santareno deixou-nos uma «aldeia» tão concentracionária que nela se move um Portugal inquisidor, sexista e endemoninhado. E nem uma igreja mais arejada pôde combater a histeria que, minuto a minuto, se apoderava das vozes das harpias!
A representação a que ontem assisti no Auditório Camões trouxe-me de volta as harpias da minha aldeia. E assim sendo só posso dar os parabéns ao coletivo do GTESC.
A aldeia, hoje global, mantém infelizmente as taras do passado. E neste tempo de crise profunda é cada vez mais fácil atear novas / velhas fogueiras!
Da luz às trevas, vai um passo bem pequeno!
11.4.12
O fio…
O fio, independentemente da matéria constituinte, quando mal manejado, acaba por quebrar. (…)
O voluntarismo é mau conselheiro porque incapaz de distinguir o bem comum do bem particular. (…)
A dispersão mata o rumo. (…) O acaso mora numa rua por nomear.
Da navalha, enxergo a lâmina por afiar…e, sem mais, recuso dizer o que estou a pensar… pois não quero mais incomodar…
27.5.11
A máquina do mundo!
O Grupo de Teatro da Escola Secundária de Camões continua a surpreender. A 3º produção da companhia oferece-nos uma bela adaptação (a 14ª? ) da obra dramática Além as estrelas são a nossa casa, de Abel Neves, (ed. Edições Cotovia, Lisboa, 2000). Em palco, registei a presença de 22 intervenientes na construção do espectáculo… Admiro-lhes a memória, por vezes a dicção, e, sobretudo, a versatilidade de alguns destes novíssimos actores, sejam eles alunos ou professores. Ali, no palco, a diferença esbate-se por inteiro, a não ser quando programa de superação de estereótipos. Por isso lhes ofereço uma borboleta de Pitões das Júnias, símbolo das metamorfoses que têm gerado novas estrelas na nossa casa, nestes dois últimos anos.
Nota: Abel Neves, Montalegre, 1956. O adolescente Abel Neves que começou a escrever aos 14 anos foi estudar para o Liceu Camões. Desde sempre apaixonado pelos livros, tinha lido A Aparição, de Vergílio Ferreira e comprara nesse ano o romance Nítido Nulo. O autor era então professor no liceu, mas Abel não era seu aluno. Um dia, munido de toda a coragem que conseguiu reunir e com o livro na mão, entrou na sala de aulas onde estava o escritor.
Queria pedir-lhe um autógrafo. "Nunca mais me esqueci do que me disse, olhando alternadamente para mim e para o livro: Quem é que te mandou cá, rapaz?". "Ninguém". Gostava muito do autor e só queria uma dedicatória. Fiquei algo desiludido quando este apenas assinou o seu nome. http://aeiou.visao.pt/abel-neves-o-dramaturgo-poeta=f557043
24.4.11
Palco aos novos…
4.2.11
Penélope morreu de tédio?
Só um herdeiro português poderia pensar que Penélope pudesse morrer de tédio! Tecer projectos megalómanos, comer e beber, cortejar são as únicas acções que valem um esforço.
A espera de Penélope mais não é do que a rejeição do tédio que resultaria da substituição do amado Ulisses por qualquer outro pretendente ambicioso…
Em GLÓRIA de Cláudia Lucas Chéu, o caminho é o do ensimesmamento de Telémaco (PATHOS), a braços com um sentimento espúrio que lhe atira o discurso para a revolta contra um pai ausente que descura a mãe e a pátria (…) Os jogos de linguagem, o mimetismo e o calão tornam-se nucleares no texto dramático…, levando à assunção de um discurso frequentemente grotesco, porém salvo pela recriação de AlBANO JERÓNIMO.
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