6.9.11

Tempo de relego…

Este ano, o relego foi tempo de agitação causada pela mediocridade  de quem nos desgoverna. Pagamos, a cada minuto, o desregramento dos salteadores que se apropriaram dos capitais depositados nos bancos e os hipotecaram definitivamente.

Para que os salteadores continuem a beneficiar do relego, isto é, do privilégio de vender as ações compradas antes que a falência seja decretada, o zé povinho é esbulhado que nem no tempo das invasões francesas.

Para aliviar a vilania, confesso que este ano o meu tempo de relego foi, em grande parte, consumido a ler Aquilino Ribeiro:

«Era a hora em que, de sol a dobar para o ocaso, aparece nos horizontes um fuminho ligeiro, baço, movediço e surdo, que é o avental da noite. Por detrás vem ela, para camponeses e bichos realidade mais táctil que a asa de um morcego. Em horas de crise a sua aproximação torna-se tão crucial que não há esperanças, nem consolações trocadas que lhe balsamizem o negror. Pesadume às toneladas.»  Aquilino Ribeiro, Valeroso Milagre, in Estrada de Santiago.

4.9.11

Cúmulos e bibliónimos…

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Escrevo “a partir de hoje vou adotar O novo acordo ortográfico da língua portuguesa” e logo surge a dúvida da correta ou incorreta redação. Acabo de registar um bibliónimo ou não?

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa o que é que designa? - Um topónimo? Um antropónimo? Uma instituição? Um ponto cardeal? Um título? Um axiónimo? Um hagiónimo?

Já agora como é que se explica a presença do /h/ nas palavras “hoje” e “hagiónimo”? E porque é que o “cardeal” não troca o /e/pelo /i/?         

Será por respeito à etimologia?        

                                              hodie”> “hoje”; “cardinales”> “cardeais”…No último caso, a etimologia deveria, pelo menos, ceder o lugar à tradição cardinalícia!

O que é extraordinário é que os defensores da manutenção, de forma aleatória, do critério etimológico são os mesmos que eliminaram o grego e o latim dos programas nacionais…, sem falar do árabe.

3.9.11

Na gáspea!

Olho e interrogo-me: - O que é que nos falta? Inteligência? Aplicação?

A distância deixou de ser obstáculo! No entanto, estamos cada vez mais longe!

De facto, o único instrumento que sabemos usar é a tesoura! Já nem os guindastes nos salvam!


2.9.11

Setembro

Olho e não entendo. O Outono ainda parece longe, mas as chuvas de Setembro chegaram para amadurar o figo e a uva, reduzindo a colheita, apesar de haver quem defenda que a água-ardente e o vinho serão mais encorpados. De qualquer modo, que interessa a qualidade!

E é esta falta de entendimento que incomoda: não querer saber que o Outono quando chega traz prejuízo, mas, também, pode ser um tempo de qualidade.

Sem pressa e sem egoísmo, é possível reavaliar as situações e encontrar novas soluções…

Entretanto, não compreendo para que serve um Governo que ceifa e não semeia!

Quando o terreno é pedregoso e seco, há que aproveitar as chuvas de Setembro e lançar as primeiras sementes à terra para que, pelo menos, algumas possam germinar.

Ontem e hoje, choveu… mas só vi e ouvi reis magos…

/MCG

31.8.11

Títulos possíveis…

Parasita

Prospecção



Cobra de água

Azeitona



O outro lado das palavras é diverso e ainda não paga imposto!

30.8.11

Falsos amigos…

Quando no “post” de 28 de Agosto me referi à violação de imagem e, consequentemente, à partilha pública do “carácter” de alguém, é preciso clarificar que o alvo não é nem distante nem indefinido.

A imagem aproxima e define.

No exemplo aludido (fonte: facebook), quem filma e quem partilha convive / conviveu   diariamente com a vítima, mostrando-se, muitas vezes, “amigo/amiga”.

Um smartphone, numa sala de aula, grava som e imagem, permitindo a fácil manipulação dos dados recolhidos.

Para aqueles que não sabem o que leccionar na formação cívica, eis uma matéria que deveria ser obrigatória: aprender a respeitar o outro, sobretudo quando ele nos presta um serviço.

PS: Como não sou um sicofanta, mais não digo porque para bom entendedor…

28.8.11

A máscara…

Quando nos aventuramos nas redes sociais, encontramos cada vez mais imagens furtivas. Furtivas porque os alvos não sabem que estão a ser filmados e que vão ser objecto de difamação.

Os autores desta desacreditação, ao colocarem na rede imagens obtidas furtivamente, activam antigas e inesperadas cumplicidades pensando obter, deste modo, impunidade. Até quando?
Ao contrário do que se poderia supor, a máscara surge cada vez mais cedo, tendo deixado de significar representação /galanteio para se tornar num indicador de ludíbrio.