6.9.11

Tempo de relego…

Este ano, o relego foi tempo de agitação causada pela mediocridade  de quem nos desgoverna. Pagamos, a cada minuto, o desregramento dos salteadores que se apropriaram dos capitais depositados nos bancos e os hipotecaram definitivamente.

Para que os salteadores continuem a beneficiar do relego, isto é, do privilégio de vender as ações compradas antes que a falência seja decretada, o zé povinho é esbulhado que nem no tempo das invasões francesas.

Para aliviar a vilania, confesso que este ano o meu tempo de relego foi, em grande parte, consumido a ler Aquilino Ribeiro:

«Era a hora em que, de sol a dobar para o ocaso, aparece nos horizontes um fuminho ligeiro, baço, movediço e surdo, que é o avental da noite. Por detrás vem ela, para camponeses e bichos realidade mais táctil que a asa de um morcego. Em horas de crise a sua aproximação torna-se tão crucial que não há esperanças, nem consolações trocadas que lhe balsamizem o negror. Pesadume às toneladas.»  Aquilino Ribeiro, Valeroso Milagre, in Estrada de Santiago.

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