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25.7.12

Estou a ficar zonzo!

Estou a ficar zonzo.

Na minha infância e adolescência, se me quisesse “lixar”, “lixar” alguém ou “mandar lixar” quem quer que fosse recebia como estímulo um par de bofetadas, sem aviso.

Quando comecei a ler os escritores neorrealistas, percebi que era vítima de uma conceção do exercício de autoridade excessiva. Aqueles simpáticos autores, à força de quererem valorizar a cultura popular, criaram personagens que não iam muito para além do calão, apesar de, na mente iluminada dos artistas urbanos, estarem prontos a sacrificarem as suas vidas em nome da liberdade…

O mais difícil foi explicar a certos alunos que o calão podia ser uma forma de vida tão razoável como aquela que decorria da leitura de um sermão do Padre António Vieira. Retraído, lá fui insistindo até que percebi que o pregador ficara irremediavelmente para trás. A quem interessava a doutrina? A quem interessava a eloquência? A quem interessava a criatividade que a língua poderia desencadear?

Nos bancos das salas de aula, começaram a sentar-se jovens que já não necessitavam de ler os neorrealistas para aprenderem o que era expressão de vulgaridade ou, em alternativa, de cultura popular; muitos já não necessitavam de ler ou, se o faziam, procuravam aquelas obras que semanalmente ocupavam os escaparates das livrarias e não ofereciam qualquer resistência à leitura – as que os espelhavam por inteiro ou lhes abriam a porta do facilitismo.

E são esses jovens, agora ministros, que me deixam zonzo. Eles dizem, sem ter lido os neorrealistas, que se »estão lixando» e ninguém lhes dá um par de estalos! E ainda são aplaudidos, porque falam a língua do povo. Mas qual? 

19.7.12

Por uma república formatada

I - Nada melhor que a leitura de uma instrução de exame, por exemplo, de Literatura Portuguesa, para se compreender a alma do avaliador (GAVE) e o futuro que nos espera:

Tendo presente a leitura que fez de textos de um dos poetas indicados no módulo do programa intitulado «Romantismo, Realismo e Simbolismo» – Almeida Garrett, Antero de Quental, Cesário Verde, António Nobre ou Camilo Pessanha –, refira os dois aspetos a que atribui maior importância na obra do poeta por si selecionado.
Redija um texto bem estruturado, de cem a duzentas palavras.(
2012, Prova 734, 2ª fase)

Como se vê, é simples: durante um ano, memorizam-se três ou quatro respostas, de cem a duzentas palavras, e já está! E também nunca percebi se um texto com 100 palavras é equivalente a um de duzentas, quando se disserta ou argumenta… E todos os anos é isto!

A Literatura vê-se, assim, reduzida a opinião, quando não a «achismo» imbecil!

Pobre Literatura! Pobre País!

II - O ministro da Educação, Nuno Crato, não promove a prospetiva no seu gabinete. Parece não ter nenhum assessor capaz de prever situações que poderão resultar dos seus atos. Situações felizes e infelizes!

Preocupado com a transparência da sua ação, reduz o número de horas de aprendizagem, aumenta o número de alunos por turma, aumenta a carga horária dos professores e surpreendido com o efeito dessas decisões, confessa que nunca pensara que poderia criar milhares de horários-zero e, sobretudo, que isso poderá empobrecer ainda mais o estado da educação. 

Claro que Nuno Crato sabe muito bem o que é a prospetiva, ele que tanto ama a arte de calcular!

6.6.12

De regresso…

O que pensaria Salazar da iniciativa da professora Cristina Duarte e dos seus magníficos alunos da disciplina Clássicos da Literatura de, apesar da decadência da língua francesa, nos fazerem (re)descobrir, em português, a excelência da escrita do autor de À La Recherche du Temps Perdu?

Aparentemente, a resposta não interessará a ninguém. No entanto, o evento realizou-se sob o olhar atento do ditador e num espaço mobilado segundo a filosofia do espírito do Estado Novo.

Claro que tudo não passa de uma coincidência, mas não posso deixar de pensar que o passado, quando menos o esperamos, nos pode assombrar.

Salazar, como talvez saibamos, preferia a religião à literatura, pois a primeira permitia-lhe anestesiar a nação…; a segunda – a literatura –olhava-a, sobretudo, como expressão de perigosa insubordinação… e é essa atitude que me preocupa ao antever que, no próximo ano, a opção Clássicos da Literatura deixará de ser leccionada porque não haverá 20 alunos que a queiram frequentar, entre os mais de 350 que se irão inscrever no 12º ano da Escola Secundária de Camões.

20.4.12

Na hora de S. Boaventura

(…) O presente é aquilo que pode ser imediatamente experimentado, o passado é o que pode ser rememorado, e o futuro é a incógnita que talvez ocorra algum dia. Norbert Elias, Sobre O Tempo, 65-66, Zahar, 1998

Se olharmos, de perto ou de longe, para o que se passa nas salas de aula, não será difícil entender que o que interessa a muitos jovens de hoje são as anedotas rasteiras, as pequenas intrigas, os trapinhos, as palavras brejeiras, o verniz e o batom, os esgares narcísicos, tudo de forma impontual, sonolenta e entediada… ( Sopra um ar de decadência em tudo isto!)

Embora possa parecer que o melhor será abandonar a sala e deixar o barco à sua sorte, creio que o caminho está em desenhar um percurso que, combatendo a vacuidade do presente, ajude a construir a memória textual, através da leitura, da descoberta das grandes questões colocadas pelo texto, da releitura e… sobretudo da produção de sínteses, de novas sínteses, de sínteses escritas de grau superior. Nada de resumos! Nada de textos de apoio! Só exegese e muita lexicologia…

Mesmo que o futuro seja uma incógnita, a sua abordagem pode ser diferente para melhor, tal como a Ventura pode ser má ou boa…

E tudo sem seguir, na íntegra a lição de S. Boaventura:  "Não basta a leitura sem a unção, não basta a especulação sem a devoção, não basta a pesquisa sem maravilhar-se; não basta a circunspecção sem o júbilo, o trabalho sem a piedade, a ciência sem a caridade, a inteligência sem a humanidade, o estudo sem a graça.”

24.3.12

Oiço…


Oiço, como se o cheiro / De flores me acordasse…/ É música – um canteiro / De influência e disfarce. Fernando Pessoa

 

Explicam-me os alunos que os testes não correram bem, mas que sabem quanto valem, que, afinal, considerando o objetivo, a nota que lhes atribuo é injusta. E devem ter razão!

A ameixeira  floresce, indiferente à seca, e não se queixa se a não escoro. O poeta verseja, ciente de que no mundo tudo é «influência e disfarce». 

Afinal, que resposta devo dar a estas ‘almas’ injustiçadas? Ou devo considerar que  há exigências que não merecem resposta?

Já agora concluo a citação:

Impalpável lembrança, / Sorriso de ninguém, /Com aquela esperança / Que nem esperança tem… // Que importa, se sentir/ É não se conhecer? / Oiço, e sinto sorrir/ O que em mim nada quer.

17.2.12

Os monstros…

Os sinais da doença que mina a sociedade portuguesa estão escancarados nas páginas dos jornais e nas televisões. Parece que, repentinamente, os monstros ganharam visibilidade sem qualquer justificação.

Ninguém arrisca uma explicação, ninguém assume a responsabilidade! No entanto, basta entrar numa sala de aula, do ensino elementar ao superior, para perceber que a cultura dominante é laxista: conversas laterais, posturas incorretas, palavras indelicadas, unhas a ser pintadas, lábios secos a necessitar de bâton de cieiro, telemóveis ligados, gorros que escondem headphones; trabalhos por fazer, desinteresse pelas matérias, permanente desatenção, manuais fechados ou esquecidos nos cacifos; falta de respeito por colegas, funcionários e professores. Frequentemente, na sala ao lado, o ruído é tão ensurdecedor … que as palavras que sobram revelam uma fonte anónima e dolorosa.

Claro que há quem defenda que tudo se resolve recorrendo à motivação, de preferência infantil ou, em alternativa, boçal. Talvez, o Carnaval ajude a libertar os demónios!

Com mais de um milhão de desempregados é criminoso manter  esta cultura escolar, sobretudo, porque ela  só gera mais desemprego, mais crime e mais monstros… E estes não necessitam de chegar a adultos para começar a destruir!

E também não necessitamos de governança porque esta procura o pacto: isto é, estar de bem com Deus e com o Diabo!

31.1.12

A transumância, em tempo frio e seco…

Quando um funcionário cria uma plataforma digital para registo (e gestão?) da avaliação do desempenho docente e lhe é, simultaneamente, conferida competência para interpretar o quadro legislativo regulamentar, corremos o risco de meter no mesmo saco quem coordena todo o processo de avaliação e avaliados.

Vem isto a propósito da impossibilidade de atribuição das menções qualitativas de excelente e de muito bom aos membros designados  pelo conselho pedagógico para constituírem as comissões coordenadores de avaliação de desempenho docente. Pensar-se-ia que essa escolha resultaria do mérito dos designados para a tarefa e que competiria ao referido órgão, concluído o processo, avaliar se, efetivamente, tinham desempenhado a função com isenção e rigor.

Mas não! Qualquer diretor, ao submeter a avaliação por si determinada, depois de ouvido o departamento de cada um dos docentes em causa, e não o conselho pedagógico, vê-se confrontado com a proibição de não poder ir além da menção de bom, caso o professor (membro da CCADD) não tenha requerido aulas observadas pelo mesmo diretor.

Em dois anos, o ministério da educação não foi capaz de compreender a incongruência de aplicar o mesmo critério a situações distintas. Hoje chega ao fim um processo de avaliação insustentável!

Pelo menos, para e por mim!

(De qualquer modo, esta minha crítica não faz muito sentido, pois há muito que conheço a qualidade do informático e, sobretudo, a sua capacidade de vender maçãs podres aos amigos, sejam eles de sindicato ou de partido.) 

24.1.12

Falta de visão…

O euro da periferia vale cada vez menos porque o país faz apostas erradas há mais de 30 anos, designadamente na vertente educativa. Voltámos as costas ao Atlântico, abraçámos sofregamente o euro, sem qualquer interiorização da identidade europeia. Turistas apressados, eliminámos a fronteira, caindo de chofre nos braços dos credores.

A falta de cultura europeia impede-nos de dialogar, olhos nos olhos, com os dirigentes europeus, e, mais grave, impede-nos de desenhar um sistema educativo transnacional capaz de nos tornar parceiros e não pedintes…

As apostas de Crato são empobrecedoras porque visam recriar um nacionalismo bacoco imbuído de rigor positivista e, sobretudo, porque a escola pública programa a desigualdade entre os portugueses… A Crato falta visão europeísta e sem ela qualquer revisão curricular não passará de um ersatz…

16.1.12

O escritor e o sátiro

Rui Zink foi à Escola Secundária de Camões, no âmbito da Semana das Profissões, falar sobre o prazer de escrever e sobre a precariedade do ofício da escrita. Explicou que escrever é um ato que exige cultura, talento, técnica, persistência e, sobretudo, vontade de desmontar os mecanismos de manipulação das consciências.  Soube escolher os exemplos, adequando-os e explicando-os a um público pouco familiarizado com a profissão de escritor, mas que soube entender o tom satírico, e terá registado a sugestão de leitura dos novos autores portugueses: Hugo Valter Mãe, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Dulce Maria Cardoso…

Da construção do discurso oral sobressaiu a capacidade de associar dados distantes e insólitos desencadeadores do sorriso dos interlocutores,  reforçando a ideia de que o riso é a melhor resposta à crise que nos é imposta.

No entanto, por detrás do tom jocoso e lúdico, foi possível notar o desencanto de quem sente que os portugueses continuam a reconhecer em Rui Zink não o escritor mas o sátiro.

PS: A iniciativa dos “camonianos” revela que estes jovens têm futuro!

7.12.11

“A dívida dos pequenos países é eterna.”

Afinal, Sócrates sabia o que fazia! Aprendera que os países não devem pagar as dívidas. Quem lho terá ensinado? – Os professores, certamente!

Assim se vê que um sistema educativo permissivo dá muito maus frutos. E há por aí tantos alunos mal aconselhados!

4.10.11

A prova dos nove…

A escola é tanto mais pujante quanto maior é a participação da comunidade educativa na construção e no incremento do respectivo projecto educativo.

Face à decisão da tutela de proibir a entrega do prémio de mérito ao melhor aluno de cada escola, é chegada a hora de cada comunidade educativa assumir a responsabilidade de não defraudar todos aqueles alunos que se aplicaram ao longo do ano lectivo, sabendo, de antemão, que só um ou dois seriam premiados.

8.9.11

A desigualdade…

A desigualdade instalou-se na escola pública. Novas e velhas escolas vivem o mesmo desafio: promover o sucesso escolar e na vida, independentemente do estado dos edifícios, dos equipamentos instalados, da formação dos docentes e dos restantes funcionários

Mas como?

Para além das escolas em que as velhas canalizações foram colonizadas por raízes que obstruem a circulação da água ou de outros efluentes, ovulando paredes líquidas e bolorentas, sem que o Estado ponha travão à ruina e ao desperdício, e contrastando com o novo-riquismo introduzido pela Parque Escolar, assistimos agora a uma ação de propaganda que visa convencer a opinião pública que vivemos num país em que cada sala de aula dispõe de um quadro interativo, um datashow, um computador na secretária do professor, terminais para os alunos e wireless…e de professores devidamente preparados para ensinar com os novos recursos.

Sem motivação e sem interesse, tal como sem saídas profissionais, não é expectante que o espaço escolar degradado seduza os jovens estudantes, por isso mais valia que o ministério da educação e os sindicatos se empenhassem, com os parcos recursos existentes, em reduzir as desigualdades em vez de manterem o braço de ferro em torno da avaliação do desempenho docente.

Lutar por um modelo de avaliação, que quer uniformizar critérios e aplicá-los do mesmo modo a escolas desiguais, não passa de capricho de burocratas para quem a resolução dos verdadeiros problemas da  escola pública pouco interessa.

7.9.11

Estou farto!

O novo ano escolar começa com os mesmos problemas de sempre: número excessivo de alunos por turma; turmas-fantasma; descaracterização da autoridade do professor e dos restantes funcionários; esvaziamento da autonomia de decisão; avaliação regulada por critérios de raiz ideológica e nepotista; esbanjamento de recursos; inumeráveis capelinhas…

Entretanto, o ministério da educação e os sindicatos mantêm o braço de ferro quanto ao modelo de avaliação do desempenho docente, sem que se perceba quais são os verdadeiros objectivos de cada um… Sei, no entanto, que os resultados negativos alcançados pelos alunos nos exames nacionais são já uma consequência  da desistência de muitos professores…

No que me diz respeito, continuo a pensar que a avaliação dos funcionários deve ser uma competência do diretor de cada escola…e que nos últimos anos tenho canalizado para problemas laterais milhares de horas que deveria ter colocado ao serviço dos alunos…

Estou farto!

30.8.11

Falsos amigos…

Quando no “post” de 28 de Agosto me referi à violação de imagem e, consequentemente, à partilha pública do “carácter” de alguém, é preciso clarificar que o alvo não é nem distante nem indefinido.

A imagem aproxima e define.

No exemplo aludido (fonte: facebook), quem filma e quem partilha convive / conviveu   diariamente com a vítima, mostrando-se, muitas vezes, “amigo/amiga”.

Um smartphone, numa sala de aula, grava som e imagem, permitindo a fácil manipulação dos dados recolhidos.

Para aqueles que não sabem o que leccionar na formação cívica, eis uma matéria que deveria ser obrigatória: aprender a respeitar o outro, sobretudo quando ele nos presta um serviço.

PS: Como não sou um sicofanta, mais não digo porque para bom entendedor…

28.8.11

A máscara…

Quando nos aventuramos nas redes sociais, encontramos cada vez mais imagens furtivas. Furtivas porque os alvos não sabem que estão a ser filmados e que vão ser objecto de difamação.

Os autores desta desacreditação, ao colocarem na rede imagens obtidas furtivamente, activam antigas e inesperadas cumplicidades pensando obter, deste modo, impunidade. Até quando?
Ao contrário do que se poderia supor, a máscara surge cada vez mais cedo, tendo deixado de significar representação /galanteio para se tornar num indicador de ludíbrio.

22.8.11

Os professores e a batata sauté!


  • 10 batatas médias
  • 1 xícara de chá de cebolinha e salsa picadinhas
  • 2 colheres de manteiga de leite (cheias)
  • Sal e pimenta do reino (1/2 colher de café)
  • 2 cebolas
  • 6 dentes de alho

O prato parece saboroso e, de facto, os ingredientes são fáceis de encontrar. Tudo genuinamente nacional e vegetal!

A avaliação é caseira e depende do paladar de cada um. E quanto aos efeitos, logo se verá.

No final da história, os professores estarão mais elegantes e os neurónios mais ágeis. Tudo graças à pimenta do reino!

15.8.11

Intocáveis ou bode expiatório?

Eduardo Pitta,  Marcelo Rebelo de Sousa et alii estão preocupados com as cedências de Nuno Crato…

Mas quem são esses “intocáveis”? Aqueles que já deveriam ter cedido o lugar aos mais novos?

E quantos são, de verdade, esses “intocáveis”?  O que é que fazem no sistema educativo? Nada?

E se for verdade que uma parte dos “intocáveis” não faz nada, porque será? E quantos são os que não fazem nada?

A quem é que interessa o empastelamento da informação? Aos que asseguram o funcionamento das escolas e contribuem para que o rendimento dos alunos não seja ainda mais baixo? Ou aos que não fazem nada?

As respostas não devem ser dadas pelos protagonistas costumeiros. O Senhor Ministro necessita de descer às escolas e observar o que se passa no terreno, porque é lá que a desigualdade é mais gritante: tanto come o que trabalha como o que nada faz.

E convém também corrigir a ideia de que “os intocáveis” são privilegiados, porque os professores são,  há mais de 10 anos, o bode expiatório de todas as crises.

Já abriu a caça aos gambozinos!

14.8.11

Outro não-lugar…

SECRETARIA DE ESTADO DO ENSINO E ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR

Projecto de Avaliação do Desempenho Docente

Artigo 20º – Isenção de Avaliação

b) Posicionados no 9.º e 10.º escalões da carreira docente.

- Que docentes é que  actualmente recebem pelo 10º escalão?

Artigo 28.º
Disposições Finais e Transitórias
1- Após o final do primeiro ciclo de avaliação do desempenho docente com base no articulado do presente normativo, e fazendo cumprir o princípio de que nenhum docente será prejudicado em resultado das avaliações obtidas nos modelos de avaliação do desempenho precedentes, cada docente optará para efeitos de progressão na carreira pela classificação mais favorável nos três ciclos entretanto realizados.

Conclusão: Só em 2016 /2017, haverá progressão na carreira docente!

Avaliação para quê? Quem é que acredita que poderá haver melhoria da qualidade de ensino num cenário de permanente penalização dos professores?

(Afinal, não é apenas a CP que coloca as estações em não-lugares!)

11.7.11

Pelas alminhas do Purgatório!

À consideração do ministro Nuno Crato que está a repensar As Novas Oportunidades (e não só!):

Em 1946, in ALDEIA, Aquilino Ribeiro pronunciava-se assim: «As  chamadas Escolas Industriais e Comerciais fabricam uma espécie de bacharéis às grosas. O que se recomenda é que façam artífices, bons e completos operários. Para isso haveria que reformá-las e criar nas cabeças de concelho escolas de arte e ofícios, individuadas conforme a fisionomia económica da região.»

Se o senhor ministro lesse Aquilino, chamava os presidentes das câmaras municipais e começava por  solicitar que lhe caracterizassem o tecido económico de cada região e só depois decidia o que fazer às Novas Oportunidades, aos Cursos Profissionais e outros que tais…

e fugia a sete pés dos famigerados portfólios prenhes de retábulos das alminhas do Purgatório e de mãos postas…

De nada serve querer reformar (poupar) se não se vê um palmo à frente do nariz!

12.4.11

A Gramática é uma canção doce…


Uma leitura recomendada a todos os meninos e meninas que ainda não concluíram o 6º ano de escolaridade. Recomendo-a também a todos os professores que um dia, no âmbito da avaliação pedagógica regulamentar, ouviram: « – A senhora não sabe ensinar. Não respeita nenhuma das instruções do ministério. Nenhum rigor, nenhum espírito científico, nenhuma distinção entre o narrativo, o descritivo, o argumentativo.(…) Minha cara amiga, precisa rapidamente de uma boa actualização
E, sobretudo, recomendo este romance a todos os classificadores que têm sido enviados para o SECADOURO: «Eu compreendera: uma turma inteira de professores. Submetiam-se a um desses famosos tratamentos de cuidados pedagógicos. Pobres professores!»
Je suis né à Paris, le 22 mars 1947 (de mon vrai nom Erik Arnoult), d'une famille où l'on trouve des banquiers saumurois, des paysans luxembourgeois et une papetière cubaine. Après des études de philosophie et de sciences politiques, je choisis l'économie. De retour d'Angleterre (London School of Economics), je publie mon premier roman en même temps que je deviens docteur d'État. Je prends pour pseudonyme Orsenna, le nom de la vieille ville du Rivage des Syrtes, de Julien Gracq.