Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
29.8.10
As Intermitências da Morte
25.8.10
A multiplicação na Esc. Secundária de Camões
24.8.10
Afinal, de que Anjo falamos?
"Je voudrais clarifier ce que je comprends sous le mot ange. Depuis que l’homme a acquis un certain degré de conscience il a connu cet être spirituel sous différents noms :
au Japon, c’est Kami,
dans l’hindouisme, Deva ,
dans l’ancien Iran, Daena ou Fravarti,
dans la Grèce antique, Genios,
et Socrate parlait de son Daimon,
la tradition hébraïque le nomme Malach,
la chrétienne Angelos ou Ange,
et un journaliste jungien m’a récemment demandé si ce n’était pas la projection de mon inconscient…
Toutes ces dénominations n’ont aucune importance.
Ce qui est capital est ceci :
Comment cet être spirituel agit-il en moi ?
S’il m’aide à devenir plus conscient de moi-même et de ma tâche sur terre,
à trouver mon indépendance, même face à lui,
à me sentir non seulement créature, mais aussi créateur,
à me délivrer de mon attachement au passé, mais aussi de ma peur du futur, et à vivre intensément l’instant présent ;
à être responsable de moi-même autant que de l’univers entier ;
alors c’est une force de l’amour divin,
c’est mon pareil de lumière
et moi je suis son pareil plus dense sur terre."
Le saut dans l'Inconnu, Edit. Aubier
Gitta Mallasz
23.8.10
Um diálogo perturbador…
22.8.10
A escolha…
Há uma linha que foge ao mesmo tempo que sinto a necessidade de me aproximar cada vez mais das pequenas coisas, de me não perder em sombras espúrias. A cada momento, escolho entre a folha caída e o botão que desabrocha. Para a linha que foge, a minha escolha pouco importa, mas para mim não escolher é o NADA…
21.8.10
Reacções desabridas…
Venho procurando não falar de comportamentos de quem quer que seja. Afinal, quem sou eu para ajuizar os actos alheios! Numa sociedade que diariamente impõe e destrói (novos) valores, faz pouco sentido querer fundamentar as escolhas feitas por cada um de nós. No entanto, não resisto a abordar sumariamente uma situação recorrente.
Os automobilistas que, pelas mais variadas razões, decidem dirigir-se, por exemplo, de Lisboa para a Praia Grande, Sintra, deparam-se com percursos estreitos, sinuosos e perigosos, quer a partir da Malveira da Serra quer a partir de Sintra. E sabemos que no Verão e aos fins-de-semana, o número de carros que circula nessas estradas aumenta exponencialmente! Frequentemente, os automobilistas vêem-se impedidos de circular a grande velocidade porque um recém-encartado ou um condutor mais receoso conduzem ‘pastosamente’… E como é que reagem?
Ontem, fui testemunha de uma ultapassagem desesperada em que o condutor de um jipe, concluída a manobra, imobilizou deliberamente, por duas vezes, o veículo a não mais de três metros de modo a testar os reflexos ( e provocar um acidente) do condutor que, cautelosamente, conduzia nas curvas de Colares… Hoje, numa situação parecida, tive que ouvir palavras desabridas de quem não respeita minimamente o seu semelhante…
Não é certamente agradável ficar preso numa fila de veículos em marcha lenta, mas o que é que justifica os insultos e as provocações dirigidos a quem ainda não interiorizou muitos dos automatismos necessários a uma condução segura?
18.8.10
Ler o quê e quando?
No meu caso, é grave que só agora tenha lido O Coração das Trevas (1902), de Joseph Conrad (Józef Teodor Konrad Korzeniowski (1857-1924). Sempre soube que muitos escritores conseguem a atenção dos leitores mesmo que as suas obras não evidenciem um conhecimento experimentado da realidade descrita. Muitas dessa obras tornaram-se manifestos de ideologias colonialistas e anticolonialistas e, em torno delas, foram tomadas muitas decisões com efeitos perniciosos…
Ao ler O Coração das Trevas, entendi que, antes de muitos outros autores que se debruçaram sobre a colonização de África nos séculos XIX e XX, deveria ter lido a obra de Joseph Conrad. Se o tivesse feito teria poupado tempo e teria encontrado uma síntese do comportamento previsível do colonizador. Marlow e, sobretudo, Kurtz representam a abordagem interna de quem avança no território do outro de modo a submetê-lo pela palavra – A VOZ; A Companhia (e seus Administradores) representa a abordagem externa de quem, pela força das armas, vai tomando a pulso o território e eliminando o outro (o inimigo). Se no último caso, tudo se resolve pela eliminação, no primeiro, a VOZ tudo explica até a alienação do outro, em seu claríssimo prejuízo…
E assim se justifica que Kurtz tenha descoberto, no fundo da sua consciência, o HORROR. Quanto à Companhia, nada é preciso dizer, pois ela no lugar da consciência colocou, desde o início, o MARFIM… a pimenta, o açucar, o ouro, o petróleo, o ópio!
E se, no meu caso, foi insensato pretender ensinar alguma coisa a alguém sobre ‘literaturas africanas’ sem ter lido O Coração das Trevas, o que pensar sobre todos aqueles que tomaram decisões ao longo do séc. XX sobre o futuro de África?
Hoje, interrogo-me cada vez mais se há princípios capazes de justificar as opções de leitura.