25.11.09

Urbano Tavares Rodrigues, amanhã…

Pelas 17 horas, receberemos, no Auditório da Esc.Sec. de Camões, um Homem que sempre esteve disponível para nos ajudar a interpretar a acção humana.

De si próprio, Urbano disse um dia: «Sou um homem reservado, não falo muito, tenho uma certa dificuldade de comunicação. Os romances são para mim uma forma terapêutica de catarse, até certo ponto.»  Entrevista conduzida por Maria Teresa Horta a pretexto do romance Violeta e a Noite, DN, 19 de Maio de 1991.

Em 1991, Urbano reflectia sobre a aproximação da morte: «Penso que a velhice  é um pouco uma espécie de necrose da memória, dos sentimentos. Há muitas fontes que secam no homem, como por exemplo a imaginação, que vai diminuindo, embora outras coisas, paradoxalmente, aumentem, porque a experiência traz uma série de ensinamentos que faz com que o escritor seja capaz de estruturar e escrever melhor uma obra aos sessenta do que aos vinte ou aos quarenta

Em 1991, Urbano, apesar da agonia dos regimes comunistas, continua a ter esperança no futuro: « Acredito que, se pudesse cá voltar daqui a vinte ou trinta anos, já encontraria em marcha coisas que neste momento não são ainda pensáveis (…) o socialismo é necessário, só que tem de se realizar em liberdade.» 

(Nestes dias, o auditório revela-se quase sempre parco em perguntas. Creio, no entanto, que seria interessante interrogá-lo sobre estes últimos 20 anos. Sobre a natureza da sua dificuldade de comunicação. Sobre as fontes da imaginação e  a importância da experiência. E, também, sobre o tempo que viveu no Liceu Camões. Sobre o tempo de decorreu entre a Queda do Muro de Berlim e o dia de amanhã. Sobre o significado da ‘liberdade’ no mundo actual.)

A porta está aberta, mas poucos a atravessam!

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