7.6.10

Da ataraxia

Feliz aquele que administra sabiamente/a tristeza e aprende a reparti-la pelos dias / podem passar os meses e os anos nunca lhe faltará/(…) /Mas, ó poeta, administra a tristeza sabiamente /RUY BELO, A MÃO NO ARADO
Apetece-me gritar, deitar fora a charrua, atirar versos pela janela, deitar as cópias no lixo, dizer-lhes que o destino lhes secou as ruas, deixá-los simplesmente a sorrir da canga que os reúne e os suplicia. Deixá-los! Tudo o que lhes exige um esforço passou a ser”secante”. O cansaço é uma maçada para os madraços. Adúlteros da vida, praticam a mentira como redenção derradeira…
Falta-me a ataraxia dos Poetas, a beatitude dos santos, a serenidade dos jacarandás…

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