A ideia de construir a paz pela força é uma ideia que me desassossega. A História ensina que mesmo que as armas possam ser um instrumento de libertação, elas acabam por impor a ocupação. E a ocupação militar esconde sempre o roubo das matérias primas do território “libertado”. É esta sequência – libertação / ocupação - que legitima a acção dos grupos anti-NATO.
No entanto, o manifesto anti-NATO, ao apostar no desarmamento, abre a porta ao suicídio das culturas mais idealistas, pois o homem é naturalmente predador.
A guerra lá longe pouco nos diz, mas pesa no orçamento. A cimeira da NATO, em Lisboa, pode dar prestígio a alguns governantes, mas os portugueses não conseguem entender porque é que ela decorre num país à beira do abismo. As despesas com a organização da cimeira e das contra-cimeira são a expressão da irracionalidade das elites…
E a pobreza aumenta a cada minuto que passa lá longe, no Afeganistão, ou, aqui perto, neste país onde até o sol, envergonhado, deixou de ser o habitual anfitrião.
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