25.11.10

O dissídio…

Podia chamar-lhe desinteligência, mas não foi essa a palavra que me atravessou a mente ao reparar na penumbra em que mergulhou o país. Perante a crise, em vez da união dos parlamentares para impedir que as desigualdades se acentuem, assistimos à aprovação de um orçamento que cria ainda mais clivagens. Protegem-se as remunerações de sectores onde o compadrio grassa e, ao mesmo tempo, ignora-se o crescimento da vaga de desempregados e de trabalhadores precários…

O argumento de que os quadros das empresas públicas podem fugir é ridículo, pois se o fizerem, isso significa que lhes falta solidariedade, não merecendo a remuneração que auferem. Que o façam e depressa! Ninguém é insubstituível num país em que milhares de jovens qualificados espreitam, em vão, uma oportunidade.

A militância partidária não pode continuar a substituir a competência daqueles que não sacrificam aos deuses de moda, sejam eles quais forem.

O orçamento que, amanhã, vai ser aprovado mata definitivamente os anseios de Abril de 74! Doravante, já não basta o direito à indignação! Às vítimas exige-se que levantem a cabeça e destruam as cercas que os muram.

A começar pelos mercados…

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