Dia de todos os santos! O calendário, por vezes, é um bom indicador do estado do mundo. Tantos são os santos que alguns ficam de fora da liturgia ou, em alternativa, vêem-se obrigados a coabitar num mesmo dia, o que lhes retira graça e glória. Por isso foi criado este dia da fraternidade beatífica, e colocado antes do dia de todos os defuntos, entenda-se dia de aqueles que, por esta ou aquela razão, não gozam da certeza da glória eterna… (Bem sei que esta ideia pode ser temerária!)
De qualquer modo, os santos continuam por aí na memória diária, os defuntos, esses, caídos no esquecimento, dão corpo a uma natureza pletórica.
Por mim, ao exemplo e à glória dos santos, prefiro o esplendor outonal dos defuntos. Já lá vai o tempo da emulação!
(Felizmente, acabo de compreender que definir objectivos individuais é prometer que me vou portar melhor: ajudar os meus colegas a suportar o desperdício da avaliação; ajudar alguns dos meus alunos a apostarem no trabalho, quando o detestam e abominam a escola da responsabilidade. Em suma, procurar a excelência à custa da humilhação do outro…)
E, na verdade, esta emulação há muito que deixou de fazer qualquer sentido para mim. Há muito que o esplendor outonal tomou conta de mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário