Pouco crente, continuo, no entanto, a caminhar na expectativa de recuperar algum osso mais esboroado. Para que a caminhada se torne menos hipocondríaca, vou observando lugares e comportamentos um pouco ao acaso. E o contraste assalta-me: a Quinta da Vitória (ironia / antífrase?) continua igual a si própria – imutável – no concelho de Loures; do lado de lá da fronteira, o Laboratório Militar e o Instituto Geográfico do Exército desaguam num inesperado canavial, parcialmente ocupado por meia dúzia de barracas…
O bairro de lata, o bairro da Gebalis, ambos em terrenos socialistas, já deixaram de me preocupar. Ninguém quer saber da promiscuidade e da degradação que os infesta. E eu que posso fazer?
Todavia, as instalações militares lembram-me outras instalações militares espalhadas pelo país, de alto baixo, e não posso deixar de me interrogar sobre o preço da manutenção / abandono desse património. Muito eu gostaria de saber quanto é que o Estado gasta e /ou desperdiça anualmente só em espaços ocupados pelas gloriosas forças armadas! Isto não significa que o País não necessite de Forças Armadas. Significa que não há motivo para que elas sejam donas de uma parte do território. Significa que o Estado só deve dispor do território para funções nobres e não pode desperdiçar recursos, gerando contrastes intoleráveis….
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