Interregno: período de tempo em que um país fica sem rei, presidente – a democracia é suspensa e perde a soberania.
Ao longo da sua História, Portugal já experimentou tantos interregnos que, hoje, agimos como se nada estivesse a acontecer. Enquanto uma parte significativa da população desespera em silêncio, outra parte, de barriga cheia, clama sem perceber que, sendo os recursos financeiros reduzidos, não pode subtrair-se às medidas de austeridade, sobretudo quando estas visam reduzir os custos de funcionamento de organismos geridos sem efectiva supervisão.
Vivemos em estado de exceção e por isso de nada serve esbracejar perante a tutela, porque esta mais não é do que a correia de transmissão dos verdadeiros soberanos…
«Fazei, Senhor, que nunca os admirados / Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses, / Possam dizer que são pera mandados,/ Mais que pera mandar, os Portugueses.» Camões, Os Lusíadas, Canto X, estância 152.
No essencial, o Poeta já percebera que o tempo português passaria a ser de interregno. Até quando?
«Até quando?»
ResponderEliminarPor este andar... até que, juntos de novo, nos tornemos na profetizada jangada de pedra...