2.12.15

O capitalismo atual explora o tempo individual

«Contrariamente ao que nos diz Marx, o homem não vende apenas nem talvez sobretudo a sua força de trabalho. O que ele vende antes de mais é o seu tempo.» Alfredo Margarido, O Islamismo face ao Ocidente..., in revista Finisterra, nº 6, Outono 1990.

O capitalismo atual, mais do a força de trabalho, explora o tempo individual.
Aos jovens dá-lhes todo o tempo e rouba-lhes o trabalho; aos mais velhos aumenta-lhes o tempo de trabalho, e rouba-lhes o tempo de vida.
Como a experiência ensina, os jovens ociosos acabam por se perder na rotina dos dias e, ao desperdiçarem a iniciativa e a capacidade de transformação da sociedade, tornam-se abúlicos ou, então, rebeldes capazes de sacrificar a vida por uma ideia por mais abstrusa que possa ser...
Quanto aos mais velhos, obrigados a adaptarem-se às novas tecnologias,  a acelerarem os ritmos de trabalho e a submeterem-se aos ditames de um poder que os responsabiliza a todo momento pelo fracasso da sociedade, não chegam a ter o tempo a que teriam direito para fruir o resto dos seus dias.

(As noticias deste dia sobre as regras de aposentação e de reforma só confirmam a perversão a que chegou capitalismo atual.)  

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