Conclui, hoje, a leitura do romance "Os Subterrâneos", de Jack Kerouac. O que dizer desta obra publicada em 1958?
Em primeiro lugar, que o autor prefere a espontaneidade discursiva a qualquer plano devidamente estruturado.
Em segundo lugar, que, na linha dos surrealistas, a escrita se automatiza de tal modo que a censura lexical, sintática e moral é destruída linha a linha, página a página - assim se compreendendo a aversão de Kerouac a qualquer tentativa de revisão.
Em terceiro lugar, que os intelectuais e os artistas americanos dos anos 40 a 60, ao procurarem eliminar as fronteiras sexuais, étnicas e mentais, o fizeram de tal modo que acabaram por mergulhar no absurdo e no niilismo... A promiscuidade, o alcoolismo, a droga, o narcisismo, a discriminação, a violência, a megalomania tornaram-se nos novos valores do Ocidente...
Finalmente, pelas referências literárias, artísticas e filosóficas, este romance é a prova de que os Estados Unidos não quiseram ficar atrás da Europa, que dificilmente se ergueria dos escombros a que a sua elite a condenara...
Consultar: A geração beat
( Este ponto de vista é necessariamente tendencioso e, como tal, não espero que seja partilhado.)
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