14.10.16

O 'menino de ouro' está mais pobre

José Lello, o socialista amigo
 «Em 1979 fui candidato à Assembleia, mas não quis ser deputado...» Porquê? « Ganhava-se mal. 48 contos ou isso. Eu tinha comprado casa, estava a ganhar dinheiro no privado.»
(...)
«Sempre estive nas minorias, mas nem por isso deixei de ter cargos relevantes. Mas é nessa altura, estava o Ferro na liderança, que começamos a fazer a campanha do Sócrates. E ele não queria; era do secretariado do Ferro... Estamos na altura do Durão Barroso, fazíamos uns jantares, começou-se a colocar coisas na imprensa... E ele ficava furioso, achava que era uma coisa indelicada. Mas nós não tínhamos nada a ver com isso, éramos claramente contra o Ferro.» 
(...)
«Era um grupo forte e onde estava o Serrasqueiro, o Renato Sampaio. O Costa também vinha aos nossos jantares. O Pina Moura. Foi aí que surgiu o "menino de ouro"... E, de repente, o Santana cai e o Ferro demite-se. (...) E pronto, ele apareceu, nós já tínhamos feito o levantamento das federações todas - é assim que se trata da mercearia partidária. E ele ganhou claramente as eleições
        (Transcrições da entrevista dada por José Lello ao jornal i, 19 de setembro de 2015)

Em 19.09.2015, postei, neste blogue, um pequeno comentário sobre "o socialista amigo". Acabo de saber que faleceu, o que confirma que, em questões de vida e de morte, a mercearia partidária nada pode. Paz à sua alma!
Entretanto, logo, pela manhã, ouvi na rádio que o 'menino de ouro' vai publicar novo livro, baseado na 'sua' dissertação de doutoramento sobre o CARISMA.
Na dúvida, fui consultar o Médio Dicionário Aurélio que transcrevo:

 Carisma. S.m. 1. Força divina conferida a uma pessoa mas em vista da necessidade ou utilidade da comunidade religiosa. 2. Epilepsia (v. carismático*). 3. Atribuição a outrem de qualidades especiais de liderança, derivadas de sanção divina, mágica, diabólica, ou apenas de individualidade excecional. 4. O conjunto dessas qualidades.

* Outrora, se um condenado à morte sofria um ataque epilético, recebia o perdão, por acreditar-se ter sido visitado pela graça divina. 

Em síntese, o "menino de ouro" está mais pobre, porque partiu um dos amigos que mais contribuiu para que o engenheiro acreditasse que era fruto de sanção divina, no caso, redentora... ou que tinha sido escolhido pelo Supremo Arquiteto para tal missão...

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