18.2.19

De inteligência artificial não percebo nada

Sejamos claros, de inteligência artificial, não percebo nada. E também não entendo nada de algoritmos. Esta minha ignorância parece fazer de mim uma mosca morta num mundo em que qualquer 'curiosidade' me devassa os dias, pois de imediato sou convidado a viajar, comprar, solidarizar-me, apostar… Tudo porque ela está aqui, à espreita, sob a forma de algoritmos invisíveis capazes de gerir os meus sentidos e, sobretudo, a minha inteligência…
Eu, já velho, deixo de ser Eu… e aqueles jovens, ali à minha frente, nunca chegarão a sê-Lo, apesar de ser dos poucos pronomes que repetem a todo o momento… 
Para mim, a situação não é nova - durante milénios só o soberano proclamava o Eu…
Hoje de manhã, por momentos, quase me convenceram que  contra a inteligência artificial, na melhor das hipóteses, só me seria permitido empatar. Afinal, aquela virtualidade, antropomórfica ou não, tem uma capacidade de processar dados insuperável por qualquer ser humano… 
E foi aí que reagi:  o conhecimento é bem mais que o resultado do processamento de todas as informações (dados) sobre um objeto. 
O que me leva a pensar que, no meu caso pessoal, vou ter de travar uma última batalha  contra milhares de algoritmos que não deixarão me assediar permanentemente.
(Resposta a um jovem que me perguntou se eu estava a gostar da palestra 'Desafiar o Futuro - Computação e Inteligência Artificial', por  Paulo Novais)  

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