Regresso e não me lembro do marco. Sei que, em tempos, a colocação de um marco era uma questão séria – uma questão de morte. A vida que restava era de eterna fuga. Hoje, a clareza do caminho não me devolve a incerteza do atalho de outrora. No entanto, ainda há quem estabeleça a fronteira; ainda há quem, se eu deslocasse o marco, me ceifasse a vida e a abandonasse no mato até que este me absorvesse definitivamente.
Na verdade, regressar é impossível; renascer é fogo-fátuo. Só me resta adaptar-me ao marco que ali enxergo, embora ainda tenha algum tempo para procurar os vértices e cavar um derradeiro fosso. Não sei se dentro se fora do quadrado…
Bem sei que poderia contar várias “estórias”: da estaca ao escalo, sem ignorar o moderno pilarete. Mas para quê? Em qualquer caso, teria de falar de interesses, negócios, lucros, monopólios, acionistas… e isso deixou de me interessar.
Vou seguir a curva e procurar novo vértice. E ainda me resta saber, se vou pela direita se pela esquerda. E talvez possa seguir em frente. Parece-me que se o fizer, acabarei por descobrir outro vértice. Inesperado? Sim, acabo de destruir a teoria do quadrado!
/MCG