Este domingo fica marcado pela visita da Nossa Senhora de Fátima ao Cristo-Rei… A pretexto dos 50 anos do último. A mãe rica visita o filho pobre! Compreendo que esta o tenha feito. Apesar de tudo, as mães insistem em ajudar os filhos. O Cristo-Rei já devia um milhão de euros e parece que, de ontem para hoje, a dívida aumentou 200.000 euros, o que não consigo entender no momento em que a pobreza nacional voltou ao nível da de 1975.
Reconheço que Portugal não entrou na 2ª Guerra Mundial e que era preciso agradecer a alguém. No entanto, não é justo esquecer as guerras de ocupação, de pacificação e de oposição às grandes potências que se arrastaram até 1974. E não me parece que quer o Cristo-Rei quer Nossa Senhora de Fátima tenham feito alguma coisa para reduzir o sofrimento humano que inundou a Ásia, a Oceânia e a África.
Está na natureza da igreja católica abusar da fragilidade humana. E em Portugal, num ano de várias eleições, a igreja católica insiste em contribuir para a alienação das mentes, já de si fragilizadas pelas modernas técnicas de propaganda.
Com tanta (nova) oportunidade, não deixa de ser extraordinário que tantos se deixem seduzir por uma viagem à capital, por uma travessia do Tejo, por um folclórico encontro multirracial… feudo privilegiado da igreja católica.
Este domingo, de trabalho, também fica marcado pela dúvida se os hospitais privados, quando lá entramos, se preocupam verdadeiramente connosco… ou nos vêem apenas como objectos mais ou menos rendíveis…
E já, agora, acrescento que Pepetela com o romance O Planalto e a Estepe decidiu, finalmente, rever os mitos que alimentaram grande parte da sua obra, apesar de alguns assomos de heresia.
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