Há tempos que me interrogo sobre o papel da ética nas sociedades actuais. Da minha experiência, ressalta a ideia de que o egoísmo individual ou de grupo faz tábua rasa dos valores que deveriam pautar o comportamento do ser humano.
Registo, a cada dia que passa, provas de intolerância e, sobretudo, de oportunismo boçal, embora os protagonistas pareçam agir em nome de maiorias e de valores respeitáveis. Há, no entanto, nestes comportamentos um traço comum: desprezo por qualquer lei que introduza os princípios do rigor, da responsabilidade e, da consequente prestação de contas num quadro hierárquico.
A estratificação é naturalmente má! Mas, ao contrário dos anos 60 do século XX, estes novos libertários não descansam enquanto não ocupam o topo das demoníacas e desprezíveis hierarquias.
Se os meus olhos tivessem a coragem de subir a página, descobririam, de imediato, que a disposição das palavras obedece a regras cuja observância parece natural… Porém, se os meus olhos se acobardarem, sentir-me-ei mais próximo do discurso pré-verbal e capaz de compreender o fueiro paterno…
Há quem nunca tenha sentido o efeito dum fueiro nem saiba do que se trata, apesar das chispas dos seus olhos mo enterrarem pelas costas abaixo…
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