De acordo com a tradição, o ensino tende a sobrepor-se à educação nas escolas secundárias. Muitos docentes continuam a pensar que a educação é uma competência das famílias. No entanto, num tempo em que a escolaridade obrigatória se estende até aos 18 anos e as famílias se desagregam com a maior das facilidades, há cada vez mais jovens que revelam dificuldades de integração.
Essas dificuldades são expressas através do alheamento, do desinteresse, da «hiperactividade” (erradamente, associada a um nível superior do domínio cognitivo), da agressividade ou de uma auto-estima, por vezes, tão elevada e cega que o outro é visto como o «carrasco».
A vitimização é um dos efeitos da frustração relacional que, construída de forma cumulativa, pode desencadear situações de autodestruição ou, nos casos em que a relação afectiva colapsou, pode gerar episódios de punição colectiva. A vítima decide eliminar exemplarmente o carrasco, certa de que socialmente o seu nome verá o reconhecimento que lhe permitirá integrar a galeria dos heróis.
(Os sinais da pulsão de morte estão disponíveis. Infelizmente, continuamos ou a não ser capazes de os ler ou a virar-lhes as costas. De facto, preferimos a tragédia ao drama.)
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