Procuro notas biográficas de individualidades várias e apercebo-me que, na maioria dos casos, estas notas são lacunares. Nascemos e saltamos de imediato para a faculdade, amamos a referência a formações obtidas no estrangeiro ou, pelo menos, sob a asa de algum guru estrangeiro.
Emancipamo-nos, libertando-nos da mãe e do pai, ocultando o nome do professor do ensino básico ou secundário, a não ser que este, laureado por uma qualquer causa alheia ao ensino nos possa abrir portas…
Fragmentos mais ou menos extensos do passado evaporam-se, mistificando o leitor incauto…
Riscado o registo detalhado da vida, vejo-me na ideia de que a biografia se tornou caprichosa, no limite inverosímil, para não dizer mentirosa…
Descrentes, amamos, no entanto, a hagiografia feita da suspensão da história.
( O hagiógrafo suspende a História.)
Se, hoje, me dedicasse a esse registo detalhado da vida, o dia seria feito de violência armada, de violência verbal, de irresponsabilidade, de abuso de poder, de deturpação, de manipulação… mas, hoje, Obama viu ser-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz…
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