Nada escrevi sobre ontem, dia triste com sol tímido.
De manhã, aquela missa “bonita”, com as seculares vozes gregorianas, uníssonas, a convocarem para o reencontro com Deus, alternando com notas de fado a lembrar que os únicos encontros só podem acontecer nesta vida…
E por mais que o Frei tivesse sabido escolher as palavras bíblicas anunciadoras da tua ressurreição, por mais que o Frei tenha exagerado na defesa do valor “pertença”, seja ele de pertença a uma família, a um externato (da Luz franciscana), seja ele de promissora pertença à família do Fado, a mim ninguém me tira da cabeça que o teu derradeiro gesto, Catarina, foi de ruptura, cansada de promessas que nunca chegaram a aquecer-te a alma e, sobretudo, incapaz de te ressuscitar no dia seguinte!
E por isso, à tarde, a pretexto de folhas e de árvores outonais, atravessei a ponte e percorri as estradas, sabendo que qualquer convicção de pertença pode estrangular a voz, pode ser impiedosa para quem procura, por si, a ataraxia.
Dou comigo a visitar muitas vezes o seu blog.A justificação do título é fantástica!Cruzei-me consigo uma vez, precisamente na escola onde trabalha.Gosto do que escreve,do peso que cada palavra contém.Tem o dom da escrita, as suas palavras engrandecem-me a alma!Bem haja,colega de profissão!Vou estar atenta ao que escreve.
ResponderEliminarMuito obrigado,mas,de verdade, sinto que ainda estou muito longe de conseguir exprimir o que ainda está por pensar.
ResponderEliminarPercebo tão bem o que quer dizer. As promessas que se fazem, que estão em todo o lado: nas promessas de um Frei ou até nas letras dos Fados que ela cantava. Não consigo dizer muito mais. Há tanta coisa que está cá dentro a espreitar cá para fora, a rebentar.
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