Hoje estive, entre as 11h15 e as 12h45, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, para ser submetido a um exame médico, cujo resultado será enviado ao meu médico assistente num prazo de três semanas.
Entretanto, enquanto por lá permaneci, tive tempo de perceber que tarefas que exigem extrema atenção são executadas no meio de conversas gratuitas e pautadas por continuadas sms, ou interrompidas para atender conhecidos e amigos que beneficiam de celeridade insuspeita e de tratamento privilegiado…
Nem vale a pena lastimar o tempo que passei já preparado à espera que o radiologista aparecesse, quando, ainda na sala de espera, vi doentes da medicina interna abandonados à porta dos gabinetes até que surgia um auxiliar a perguntar-lhes se já tinham feito os exames… De comum, nenhum daqueles doentes se encontrava em condições de dizer o nome ou de confirmar se sim se não…
Concluído o exame, ninguém me disse onde deveria dirigir-me para fazer o pagamento, como se essa diligência nem existisse… Lá descobri a tesouraria, apesar de não haver nenhuma placa a assinalar o local.
Fiquei, deste modo, esclarecido sobre as dívidas dos utentes, sobre a baixa produtividade nas unidades de saúde, sobre o desleixo em certos actos médicos, sobre o modo como os doentes mais indefesos são tratados, e sobre o modo como o amiguismo e o corporativismo beneficiam de privilégios que não deveriam existir num estado de direito…
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