Ao registar a morte de Garrett, em 9 de dezembro de 1854, às 18:25 h:
(...) nessa hora - nessa mesma hora fatal em que se extinguia o legítimo herdeiro da lira de Camões - preparava-se talvez para ir despreocupadamente no seu camarote de São Carlos assistir desdenhosa e risonha, com aquele garbo senhoril que todos lhe reconheciam, assistir à representação de Sonnambula, — ataviava-se com sedas e veludos, recamava-se com guipures e rendas de Alençon, abrilhantava-se de adereços de pérolas e diamantes,envolvia-se em perfumes de inebriante sedução, a formosíssima inspiradora das Folhas Caídas, ingratamente esquecendo-se já do“divino” Poeta que nos seus amenos versos a imortalizara! (Cunha, 1909: 71)
- Rosa Montufar Barreiros era andaluza, de Cádiz, nascida em 1819, filha dos marqueses de Selva Alegre e mulher do oficial do exército Joaquim António Velez Barreiros. Este fez parte da expedição liberal que, vinda da ilha Terceira (Açores), desembarcou no Mindelo. Homem de confiança do duque de Saldanha e extremamente leal à rainha D. Maria II, recebeu o título de Barão de Nossa Senhora da Luz em 23 de janeiro de 1847, por decreto de D. Maria II, e o de Visconde em 16 de junho de 1854, por decreto do regente D. Fernando.
SÉRGIO NAZAR DAVID, GARRETT: ENTRE A CRUZ DO DESEJO E A LUZ DO AMOR
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