Há uma linha, com início e fim, pensamos, mas, que, em certos momentos, desaparece. Sobra uma frincha de passado sem futuro: as palavras entrelaçam-se viciosas ora de gáudio ora de dor. Mas é a cor da miséria interior que se eleva até que o silêncio devastador restabelece a linha.
Dois dedos sustentam a fronte, os olhos à procura da ponte que separa o passado do futuro, e quase estátua, o coração serena atapetando a frincha e soterrando as áspides diurnas.
A vantagem das áspides é que não sabem que o coração pode juncar a frincha, pelo que não perdem tempo a pensar nos efeitos do veneno que regurgitam, até porque as flores murcham cedo.
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