Há anos passei por um colégio prestigiado em que o diretor condicionava as classificações que os professores atribuiam honestamente aos seus alunos. Esse diretor fazia subir as notas, recorrendo a uma estratégia de natureza pedagógico-didática. Para fundamentar a classificação atribuída, o professor era obrigado a apresentar, em conselho de turma, os planos de recuperação escritos... Caso o não pudesse fazer de imediato, a subida era automática... Como último recurso, esse diretor recorria ao corte das horas extraordinárias que, à época, eram fundamentais para completar o sofrível vencimento de base.
Ontem, percebi que é possível os diretores (proprietários) utilizarem os mesmos argumentos para fazer descer as classificações, de modo a eliminar os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem.
Há, contudo, uma diferença fundamental: no 1º caso, o colégio privado vivia das receitas resultantes do pagamento feito pelos pais; no caso atual, estes colégios vivem de receitas resultantes de transferências diretas do orçamento geral do estado e competem diretamente com a escola pública, deixando-lhe as sobras...
sem esquecer que, pela amostra revelada na TVI, quem dirige estes estabelecimentos aproveitou a passagem pelo poder para montar este negócio fraudulento.
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