17.2.15

O pelourinho de Kierkegaard

 Um pelourinho mesmo por cima dum fontanário! 
Aqui, nada se perde. Neste cenário, o exposto podia ser supliciado, deixando-o morrer à sede. Ou, em alternativa, o sangue do supliciado poderia cair diretamente na fonte, servindo de alimento aos filhos da noite.
Pena é que, com tantos vampiros à solta por esta austera Europa, o pelourinho mais não sirva do que para alvo fotográfico!
(…) Entretanto, acabei de ler O Banquete, de Kierkegaard, e se bem o compreendi, deveria tê-lo lido aos vinte anos.
Já lá vai o tempo em que fui “mancebo”. Também nunca entendi a mulher como “facécia”, e embora pudesse ter acompanhado o pensamento do Eremita, tenho dificuldade em aceitar a opção da mulher-escrava. Para alfaiate-eunuco nunca tive queda, sobretudo para aceitar a tirania da moda. Finalmente, o imperativo categórico do Sedutor pode ser aliciante, mas acaba por se tornar ridículo com a idade… e porque, para além de tudo o mais, reduz a mulher à categoria de “objeto”… 

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