O brilho difuso é o que sobra da nitidez. Ainda o arame farpado não tinha sido rasgado e já as cadeiras se dispersavam sob a calma estonteante do estio...
Os lugares de inverno sopram-nos para fora das ruas e deixam-nos presos à beira do arame farpado: há monólogos, tristes, sob lâmpadas fúnebres e, de tempo a tempo, um carro acelera... o movimento cresce, mas desaparece.
Estamos à espera da nitidez das horas. Os olhos apagam-se e os ouvidos, inquietos, despertam. Por enquanto ainda há ruído. Mas até esse já começa a desesperar...
E depois há aquela vontade de desacertar os minutos, como se estes se deixassem enganar.
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