Os bovinos não têm qualquer culpa. A vida deles já é suficientemente maçadora, isto sem esquecer a «musca domestica communis» e outros moscardos que chegam com a canícula.
Apesar do apregoado carinho pela fauna cada vez mais distante, a realidade é, todavia, cruel: sempre que algo não corre a contento, a vontade calada desafoga-se em simpáticos epítetos: ratazana, cobra, vaca, cadela, raposa, burra, mula, víbora... (a lista fica em aberto)...
Da observação resulta uma particularidade machista: o recurso à forma feminina. Um pouco como se a cultura popular estivesse eivada de um padrão repulsivo feminino, cuja origem datasse de um paradigma religioso masculino, do tempo em que se quis por termo à misoginia.
Não sei se é assim ou não. A verdade é que o desprezo continua a ser escrito no feminino, mesmo quando o sujeito deixou de ser masculino...
(Este texto talvez não devesse ser aqui postado, mas o facto é que me sinto bastante mal-humorado porque, entre outros factores, logo pela manhã, ... me colocou no caminho uma casca de banana...e, de momento, me sinto a banana do meu caminho...)
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