27.5.15

Uma função sem objeto

GUARITA - s.f. Pequena casa, geralmente de madeira fixa ou móvel, desenvolvida para abrigar sentinelas, vigias, seguranças.Torre em que ficavam os sentinelas; torres situadas nos cantos de antigos fortes, desenvolvidas para dar proteção aos sentinelas.

Agora que penso nisso percebo que há mais guaritas do que eu pensava. Talvez, por comodismo, habituei-me, nos últimos anos, à inutilidade das guaritas dos quartéis. Raramente, lobrigo uma sentinela, mesmo se a chuva acontece copiosa. Nem sequer, os rejeitados da vida, ou de si próprios, se recolhem nessas torres esquecidas...
No entanto, à medida que os condomínios fechados e os parques de estacionamento se apoderam das ruas e do subsolo, as guaritas multiplicam-se, e nelas vislumbro seguranças no lugar dos sentinelas...
Porém, o que eu desconhecia é que nas escolas também existem guaritas: recantos donde se avistam os professores e os alunos que circulam nas galerias; ou simples cadeiras, das quais se enxerga a indisciplina das chegadas e partidas. 
Neste último caso, desconheço o estatuto destes "vigilantes" e, sobretudo, não sei a quem servem. Temo, contudo, que estejamos perante uma função sem objeto, em que a simples presença, e até ausência, justifica a existência da guarita...

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