«Minha imparcialidade se torna mais fácil para mim na medida em que conheço muito pouco a respeito dessas coisas. Sei que apenas uma delas é certa: é que os juízos de valor do homem acompanham diretamente os seus desejos de felicidade, e que, por conseguinte, constituem uma tentativa de apoiar com argumentos as suas ilusões.» Sigmund Freud, O Mal-Estar na Civilização, pág.111, Imago editora, Rio de Janeiro.
O Presidente da República argumenta como se conhecesse os caminhos da felicidade que o País deve trilhar, independentemente dos desejos de uma parte significativa do povo.
Os indivíduos que constituem essa parte da população não contam, como acontece com todos aqueles que não votaram ou os que vivem na precariedade, sem esquecer os condenados a emigrar...
A leitura que o Presidente faz do voto popular não é muito diferente daquela que era feita pelos Reis, desde a perda do Brasil, ou pelos Presidentes da República que o antecederam: os indivíduos devem sacrificar os seus desejos de felicidade (mesmo se ilusórios) à felicidade da Pátria.
Uma Pátria madrasta!
A verdade é que este Presidente sempre foi um "Velho do Restelo" que, depois de ter desmantelado as frágeis forças produtivas do País, se vem dedicando a admoestar os cidadãos, sem se dar ao trabalho de lançar qualquer semente à terra por mais árida que ela possa ser.
Por mim, vou me habituar a viver sem Presidente. É esse o meu desejo mais profundo: ser capaz de viver sem Presidente da República.
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