21.12.16

O Natal...

Nunca percebi se o Natal tem dono, todavia alguém inventou um Pai que faz muitas compras num mercado gigantesco para alegria de muitas crianças, apesar do número daquelas que são esquecidas ser quase igual ao das prendadas...
Por conseguinte, há crianças que riem e muitas, anónimas, apesar de terem pai e mãe, sofrem... E há também quem enriqueça à conta do negócio, sem falar dos que se empanturram como se não houvesse dia 26...
Sobre o Natal, há muitas teorias, mas aquela do menino nas palhinhas, rodeado por José, que, afinal, não era pai, e de Maria, que nunca conheceu homem, sem falar dos tristes animais, a quem naquela noite roubaram uma parte do estábulo, é a que mais me impressiona desde os tempos em que era criança...
No entanto, nunca me explicaram que, face a certas sociedades em que «o aborto e infanticídio eram praticados de maneira quase normal, de tal modo que a perpetuação do grupo se efetuava por adoção, muito mais frequentemente do que por geração, sendo um dos objetivos principais das expedições guerreiras obterem crianças»*, os sacerdotes sentiram necessidade de santificar o nascituro... Só que o escolhido foi o Filho, feito por um tempo menino...
Uma história que sempre me pareceu mal contada, mas que continua a servir de alibi a muitos comportamentos, uns dignos, outros indignos...
No Natal, sobe-me a tensão arterial!

Entretanto, Boas Festas!

*Claude Levi-Straus, Tristes Trópicos, Cadiueus.

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