«Este interpreta mais que sutilmente / os textos; este faz e desfaz leis» Camões, Os Lusíadas, canto VIII, est. 99
A subtileza interpretativa parece ter assentado arraiais nos grandes escritórios de advogados, sempre atentos ao surgimento de algum exegeta mais fino...
Como tal, os juristas parlamentares têm um pé na AR e outro no Escritório. Não todos, apenas os que aprenderam a tresler...
Esta tradição corre sérios riscos pois, nos últimos anos, a arte da exegese entrou em crise. Veja-se, por exemplo: a produção inteletual da academia, a vacuidade das homilias e a oratória dos calistos que descem ao Parlamento...
E tudo começa na Escola, onde o jovem se recusa a ordenar os constituintes da frase, a investigar o significado literal e figurado das palavras, a identificar ideias e a hierarquizá-las...
O que ele espera é que alguém lhe dite a resposta para que ele a transcreva, de forma atabalhoada, sem qualquer esforço de compreensão...
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