Escrevi, há dias, a propósito de Noite (1955), de Elie Wiesel, que "lá (nos campos de concentração), Deus deixa de existir"; concluída a leitura, a afirmação parece-me despropositada, pois o que não existe não pode, por conveniência ou não, deixar de existir...
Lá quem ordenava, torturava, fuzilava, cremava, era o homem... É sempre o homem! Mais esperto ou mais boçal, é sempre o homem que é verdugo do outro homem.
De todas as obras que li, até hoje, esta é provavelmente a mais triste e a mais reveladora da condição humana:
De todas as obras que li, até hoje, esta é provavelmente a mais triste e a mais reveladora da condição humana:
«Um dia, consegui levantar-me, depois de ter reunido todas as minhas esforças. Queria ver-me ao espelho, que estava suspenso na parede da frente. Desde o gueto que não me via a mim mesmo.
Do fundo do espelho, um cadáver contemplava-me.
O seu olhar nos meus olhos nunca me abandona.»
Elie Wiesel, op.cit)
PS. A leitura desta obra não é recomendada no âmbito do Projeto de leitura do Ensino Secundário! Nem em qualquer outro programa...
Sem comentários:
Enviar um comentário