26.5.17

Noite

Pensava eu que tinha sido atirado para a noite e, ao procurar um esconderijo, choquei com Noite, de Elie Wiesel.
Ao entrar na obra, por mais assombrado que me sinta presentemente, dou conta que a minha dor é minúscula se comparada com a Dor vivida, testemunhada e narrada pore Elie Wiesel. Lá é um povo inteiro que é empurrado para o trabalho forçado e para a morte, segundo critérios aberrantes, de que ressalta o da produtividade.
Lá, mais do que a privação, o que é verdadeiramente horrível é a anulação do espaço privado. Lá, de facto, Deus deixa de existir. A própria esperança não passa de uma miragem, de uma alucinação...
O que é extraordinário é que hoje desvalorizamos cada vez mais o espaço privado, matamos a cada instante o sagrado. Não nos importamos de ser robotizados...
Sabemos que vivemos sob ameaça, mas não a valorizamos, mantendo rotinas e, sobretudo, sendo cúmplices dos tiranos que elegemos para nos representar...
Rimo-mos como se tivéssemos razão para tal. Afinal, anda à solta um Presidente americano, a quem só o comércio interessa, o das armas, em primeiro lugar, e que, simultaneamente, chama "maus" aos alemães pelas razões erradas.

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