30.8.17

A realidade vive bem sem ideias...

O ex-Presidente da República Cavaco Silva defendeu hoje que, na zona euro, "a realidade acaba sempre por derrotar a ideologia" e os que, nos governos, querem realizar a revolução socialista "acabam por perder o pio ou fingem que piam".

Não esperou por uma qualquer sexta-feira nem esperou vinte e um anos, regressou simplesmente. O morto-vivo, afinal, ainda respira. 
Nem sequer esperou pela rentrée. Veio dar uma aula de ajuste de contas neste final de agosto, marcado por incêndios que, em grande parte, resultam da política de desertificação que sempre incrementou e tolerou...
Um pouco de autocrítica ficava-lhe bem ou, pelo menos, algum arrependimento que nem necessitaria de ser público...

Quanto à lição, ela é reveladora de como se pode governar sem ideias. Nem Salazar teria ido tão longe. Salazar procurou construir uma ideologia, conseguindo, infelizmente, muitos adeptos. Cavaco, não, embora insista em perpetuar a sua corte.
Não compreendo porque é que Cavaco teme o regresso da Censura. A Censura sempre combateu a dissidência, sempre vigiou as «ideias». Ora, para o Professor, a "realidade" vive bem sem ideias... Divertida, malgré tout, é aquela ideia de que a classe política é constituída por mochos, corujas .... Ele lembra-me um morcego que esvoaça, esvoaça...

Sem comentários:

Enviar um comentário