27.3.18

Sem nada por dizer

Agora, não tenho nada a dizer. A simples hipótese de 'ter' já é temerosa, pois por mais que se tenha, nunca se sabe por quanto tempo... Se a 'ter' se acrescentar 'dizer', então, a audácia torna-se prosápia...
Raros são os que chegam ao limiar do dizer.
O quê? O que ainda não foi dito ou que, em última instância, já foi esquecido. Não fosse o esquecimento e há muito que o mutismo imperaria...
Na maior parte das situações, o 'dizer' nutre-se do esquecimento - sob a forma de amnésia ou de qualquer outra obliteração...
Agora, de nada serve elogiar o 'ser', pois ao não se saber por quanto tempo, ficamos reduzidos a uma existência inquieta... enquanto não partimos, em silêncio, espero - sem nada por dizer.

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