31.3.18

Isto não é uma leitura!

A procura de relações intertextuais parece estar na moda. Aqui ficam duas alusões a Fernando Pessoa n'O Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa: a) «Abomino a mentira porque é uma inexatidão.» - Ricardo Reis; b) Fernando Pessoa transformou a biografia prosaica de um pequeno funcionário de escritório num Livro do Desassossego que é, talvez, a obra mais interessante da Literatura Portuguesa.»
A leitura de José Eduardo da Literatura Portuguesa ( complexo nominal de má memória para o Autor) desloca-se progressivamente de Eça para Pessoa - Um Eça reduzido aos adjetivos: «A luz cai, magnífica, tão forte, tão viva, que parece pousar sobre as coisas como uma espécie de névoa luminosa. - Isso é o Eça»  Um Eça cujos adjetivos são comparados às camisas de Nelson Mandela...
O problema é que para além das relações intertextuais, é necessário conhecer um pouco mais da nomenclatura angolana e sobretudo da  luta pelo poder em 1977 -   Angola 27 maio 1977
Quando se quer o poder e não se tem passado, há que inventá-lo. Esse é o trabalho, bem lucrativo, do genealogista Ventura Félix...
Perplexidades de um leitor desastrado, a quem insistem em dizer que o livro é agradável... não fosse a osga (o narrador)... lagarto, lagarto!

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