Dizem-me nesta data - e quem o diz não é profeta! - que faltam 185 dias. Não sei se acredite, até porque Virginia Woolf ( Orlando) assegura que
«Infelizmente, o Tempo faz fauna e flora crescerem e definharem com espantosa regularidade, mas não tem o mesmo efeito tão simples na mente humana. Mais: a mente humana acaba por agir de forma correspondentemente estranha sobre o decorrer do tempo.»
A verdade é que os 185 dias podem ser mais ou menos, pois a duração não depende de nenhum robot, mas sim da mente que tiver lido (ou ignorado) um simples e-mail. Se a leitura for ativa, o tempo será significativamente encurtado. Caso contrário, os dias ficarão esquecidos no computador do burocrata… e eu às voltas com o biógrafo de Orlando:
«Uma hora quando alojada nesse elemento tão bizarro que é o espírito humano pode ganhar cinquenta ou cem vezes a sua extensão segundo o relógio; inversamente , uma hora pode ser fielmente retratada no relógio mental como tendo durado um mero segundo.»
No meu caso, o tempo psicológico dá cabo de mim, porque uma vezes passa apressado; outras, de tão lento, acelera-me o tic-tac.
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